Elaborado por: Hélder Luís
Resumo Marcell Mauss – Influência da Colectividade no Individuo
No
presente texto o autor começa por apresentar primeiro a parte introdutória
dessa quarta parte da sua obra intitulada Sociologia e Antropologia, o autor apresenta
a relação conflituosa entre a psicologia e a sociologia. Apresenta ideia da
morte, como um elemento fundamental naquilo que concerne
Ensaio: relação entre indivíduo e sociedade e a noção de pessoa em Marcell Mauss
A
forma com Marcell Mauss (1872-1950, França) concebe a relação entre indivíduo e
sociedade vai ser das mais inovadoras e desafiadoras percepções de até então.
Marcada por um conflito intelectual, a psicologia e a sociologia não conseguiam
estabelecer, em conjunto, uma apreensão do indivíduo integrado à sociedade.
Nesse contexto, tantos psicólogos quanto sociólogos pensavam na primazia do seu
campo de estudo sobre o outro. Marcell Mauss vai trazer à ciência humana uma
perspectiva duplamente inovadora, e ao mesmo tempo desafiante. Ele vai
demonstrar a necessidade de (I) perceber essa relação indivíduo e sociedade de
uma forma integrada, sendo esse indivíduo influenciado, nos níveis mais
profundos, pela colectividade; e (II) vai complexificar essas relações,
percebendo a multicausalidade e a conectividade dos fenómenos, que vai se
concretizar metodologicamente no conceito de fato social total.
Mauss vai ser um dos antropólogos mais influentes e tornando-se um dos pilares dentro do pensamento francês. Essa busca por aproximar ou integrar a perspectiva do indivíduo dentro de uma sociedade vai se configurar como marcante, aproximando a psicologia e a psicanálise da antropologia e sociologia. Apesar de nunca ter produzido um livro, seus ensaios e artigos configuram-se como uma verdadeira obra quanto tomadas como um todo. Essa aproximação ou tentativa de uma visão integrada indivíduo e sociedade pode ser claramente, ou especialmente percebida em as Relações reais e práticas entre a psicologia e a sociologia, Efeito físico no indivíduo da ideia de morte sugerida pela colectividade, A Expressão obrigatória dos sentimentos, As técnicas do corpo, A noção de pessoa, a de “eu” e também no Ensaio sobre a dádiva. Mauss vai perceber o indivíduo como parte integrante do todo social em que se encontra, e que o mesmo vai reflectir nas suas formas mais profundas e corriqueiras as construções sociais e estruturas que perpassam aquele determinado grupo.
Nas palavras de Lévi-Strauss “a expressão da cultura do grupo, determinam atitudes individuais duráveis” e que para Marcel Mauss “a formulação psicológica não é senão uma tradução, no plano do psiquismo individual, de uma estrutura propriamente sociológica” (STRAUSS, 2003, p. 16, grifo nosso). Muito além de querer dar primazia à análise sociológica, apenas, ele vai tentar integrar e demonstrar que aspectos psíquicos e/ou psicológicos podem ser vistos dentro de uma teia de construções sociais e estruturas, sendo essa tessitura traduzida pelo indivíduo, em seu âmbito pessoal, psicológico. Para Strauss “é essa subordinação do psicológico ao sociológico que Mauss utilmente evidencia” (STRAUSS, 2003, p. 17) o que Martins confirma ao dizer que Mauss se situa, também, entre os autores que contribuíram decisivamente, no século XX, para valorizar a leitura sociológica da associação, ao avançar a perspectiva de um espaço de interacção baseado no risco e na liberdade dos indivíduos se relacionarem, mesmo sabendo-se que essa relações não acontecem em total liberdade, mas dentro de certos parâmetros morais definidos colectivamente.” (MARTINS, 2005, p. 50).
Referências Bibliográficas
MAUSS,
Marcel. Ensaios de sociologia. São Paulo: Perspectiva, 2001.
MAUSS,
Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: COSACNAIF, 2008.
MARTINS,
Paulo Henrique. A sociologia de Marcel Mauss: dádiva, simbolismo e associação.
Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 73, p. 45-66. 2005.
STRAUSS,
Lévy. Raça e História. Paris: UNESCO, 1950.
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