sábado, 26 de março de 2016

Nota Sobre Marcell Mauss - O ENSAIO SOBRE A DÁDIVA


A Santíssima Trindade dos Heréticos

Quem lê um pouco sobre ciência humanas, não só antropologia mas coisas como genética, mecânica celular e até o misterioso funcionamento do cérebro, fica impressionado com a confirmação constante da teoria da evolução das espécies que, como as principais sacadas do Einstein na física, ainda não foi desmentida. No fim, dos três pensadores revolucionários do século 19 – Marx, Freud e Darwin –, só Darwin continua com seu prestígio em alta e sua teoria intacta. Só Darwin derrotou a oposição.

Nem Marx nem Freud foram exatamente desautorizados pelo tempo. O marxismo continua dando as melhores direções para se entender o processo do mundo e há quem diga que nem como professor Marx fracassou, pois nada do que está acontecendo por aí foge muito do seu manual. Mas a sua revolução do pensamento foi absorvida e, para a grande parte da humanidade, continua sendo a heresia, não a verdade. Freud ainda é importante, mas ele e a sua revolução também foram engolidos, digeridos e, em grande parte, evacuados, para usar uma imagem como as de que ele gostava.

A terapia freudiana individual se modificou, embora ainda não esteja perto do dia quem os comprimidos substituirão os analistas, e nenhumas das implicações sociais das suas descobertas chegou a ter muita influência na História. E, de certa maneira, as idéias de Marx e de Freud tiveram que brigar entre si, o que as enfraqueceu na sua corrida pela relevância com a heresia de Darwin.

Talvez Darwin deva sua permanência não apenas à autenticação científica, mais fácil no seu caso do que nos casos de Marx e Freud, mas ao fato de ter um inimigo mais fraco, embora parecesse ser mais formidável. Marx teve que brigar com o capital internacional. Freud teve que enfrentar a mentalidade vitoriana e todos os mitos estabelecidos da nossa sexualidade e do nosso caráter. Darwin parecia que tinha contra si uma Igreja tirânica e seus dogmas de ferro, e só tinha a singela parábola inaugural de um homem e uma mulher e um paraíso.

O criacionismo ainda tem seus defensores mas, desde o século 19, estava condenado ao descrédito, e pela própria Igreja. Na verdade, estava condenado ao descrédito desde que Eva desobedeceu ao Criador e comeu aquela fruta, e a ciência começou.

Candice Vidal e Souza - "Instruções para a vida intelectual"

"Instruções para a vida intelectual"
Dados do livro:
Título: Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios
Autor: C. Wright Mills
Editora: Zahar
Número de páginas: 96 páginas
O sociólogo texano Charles Wright Mills pesquisou e publicou avidamente em sua vida relativamente breve. Vítima de problemas cardíacos morreu em março de 1962, aos 45 anos de idade. É bastante improvável que um aluno iniciante nas ciências sociais não tenha lido trechos de seu livro A imaginação sociológica, cujo estilo direto e seguro sobre o que faz ou deve fazer um sociólogo é especialmente motivante para quem começa a trajetória nessa área. Nesta coletânea de ensaios de Mills, reencontramos o capítulo “A promessa”, já publicado em seu livro mais conhecido. A forma incisiva, segura e certamente normatizadora do autor reaparece nas outras partes dessa seleção organizada e introduzida por Celso Castro.

As posições afirmadas em torno do artesanato intelectual perpassam o livro e se concentram no principal ensaio, “Sobre o artesanato intelectual”. O leitor compreende melhor o que Mills fala sobre o trabalho e sua articulação com a vida de cada um que exerce um ofício intelectual, bem como o tom em que expressa suas opiniões, depois de ler a introdução à coletânea. Elementos da trajetória de Mills, de seus interesses de pesquisa, de suas atividades cotidianas e das interações que mantinha com colegas da Universidade de Columbia fazem-nos ler os seus ensaios enquanto posições acerca de como pensar problemas sociológicos e exercer a fala intelectual sobre o estado da vida social. Desolado com as condições da atividade intelectual, constata em “O que significa ser um intelectual?”, escrito em 1959, que “muitos intelectuais pararam de julgar, retiraram suas exigências, engoliram sua presunção, caíram de volta nas rotinas políticas e morais de seus ambientes profissionais e residenciais” (p. 89).

Em vários momentos, Mills critica processos em curso na sua própria sociedade. O ensaio “O homem no centro: o designer”, conferência proferida para um público de designers em 1958, critica a associação do designer com os interesses de venda, que os fazem criar objetos a serem desprezados rapidamente, pois derivam de “projetos tolos para necessidades tolas”. O designer “projeta o próprio produto como se fosse uma publicidade, pois seu objetivo e sua tarefa (...) não é tanto fazer produtos melhores mas fazer produtos que vendam melhor” (p. 71). A mercantilização dos produtos e a inclusão de seus criadores no sistema de estrelato da cultura norte-americana transformaram o papel do designer, que Mills enxerga sua melhor forma no trabalho do artesão. O ideal do artesanato, exposto no pequeno ensaio em que se percebe a paixão reflexiva e prática do autor com o saber fazer com as próprias mãos, tem seus elementos expostos para essa platéia a quem Mills conclamava a retornar ao princípio do artesanato como valor. Afinal, “a sociedade humana, em suma, deveria ser construída em torno do artesanato como a experiência central de um ser humano não alienado e a própria raiz do livre desenvolvimento humano. (...) Pois o mais elevado ideal humano é: tornar-se um bom artesão” (p. 80).

Mills proclama a autonomia de pensamento, a liberdade e criatividade na proposição de temas de pesquisa como formas de preservação da independência intelectual. Contudo, o papel de apreciação do trabalho e das condutas de outros intelectuais é exercido com desenvoltura por Mills. Lembremos as suas ironias sobre o fato de “95% dos livros de ciência social podem ser traduzidos para o inglês” (p. 50), em razão da escrita original em sociologuês. A consciência da escrita (Para quem escrevo? Posso dizer de modo mais econômico e mais preciso? Que status estou reivindicando quando escrevo?) e a crítica ao texto exclusivo para iniciados está no comentário de que “para superar a prosa acadêmica, temos de superar a pose acadêmica” (p. 50, grifos originais).

Convenhamos que essa crítica interna ao modo de escrever dos cientistas sociais, se existe, é bastante discreta no tempo que Mills publica suas idéias. A voz de Mills parece estar sozinha nessa cruzada pela depuração estilística de certas sociologias. O combate pelo estilo adequado, no entanto, não exclui a demarcação de um texto propriamente sociológico; ou seja, o autor está certo da diferenciação da escrita sociológica das formas que caracterizam o jornalismo e a literatura. Na sua lista de “preceitos e advertências” aos jovens sociólogos alerta: “Não seja meramente um jornalista, ainda que seja tão preciso quanto. Saiba que o jornalismo pode ser um grande empreendimento intelectual, mas saiba também que o seu é maior!” (p. 57). A vigilância quanto às fronteiras estilísticas pode explicar a linguagem sociológica que Mills procura evitar em seus escritos. De acordo com o autor, para o acadêmico nos Estados Unidos, “ser chamado de um ‘mero jornalista’ o faz sentir-se indigno e superficial”.

Teria sido Wright Mills acusado de escrever como jornalista? Como ficamos sabendo por meio de Celso Castro, o autor ocupava uma posição marginal na Universidade de Columbia, onde ingressou em 1947. A sua entrada na universidade se deu por um acesso prestigiado que era o Bureau of Applied Sociology, dirigido por Paul Lazarsfeld. De acordo com Celso Castro, nesse período Mills “teve acesso a farto material empírico, trabalhou coordenando equipes de investigadores e pôde adquirir habilidades em métodos e técnicas de pesquisa quantitativa” (Introdução, p. 8). Em 1952, há o rompimento desses laços de trabalho. Os efeitos de um confronto com Lazarsfeld podem ser imaginados a partir de um comentário de Pierre Bourdieu sobre o sociólogo americano, “de quem é hoje difícil imaginar a influência social e científica que exercia sobre a sociologia mundial”[1].

Outros desentendimentos internos impediram Mills de atuar na pós-graduação. Sua exclusão dessa posição de prestígio acadêmico revela a tensão e os conflitos do mundo intelectual, mas infelizmente não sabemos pela voz de seus adversários sobre os aspectos que o desqualificaram entre os colegas. Contudo, essa condição de insubordinação relativa ao establishment pode explicar alguns dos trechos desses ensaios, nos quais o autor expressa o afastamento de certas posturas e modos de trabalho intelectuais. Quando cita “(...) medíocres, que, compreensivelmente, querem excluir aqueles que conquistam a atenção de pessoas inteligentes, acadêmicas ou não” (p. 49), é difícil não associar a própria trajetória de sucesso editorial e público de Wright Mills – que em sua época teria comparação apenas com a popularidade de Margaret Mead (Introdução, p. 10) – combinado com a subalternização interna ao cenário acadêmico em que atuava.

Mills ensina o jovem sociólogo a prestar atenção ao cotidiano e extrair das experiências no mundo os materiais a serem convertidos em reflexões sociológicas e futuros projetos de pesquisa. Viver e fazer sociologia são uma só coisa e esta fusão é animada pelo espírito lúdico na tarefa de compreender o mundo. Mills era um sociólogo entusiasmado com as ferramentas de compreensão do mundo que a melhor sociologia, encarnada, segundo ele, em autores como Herbert Spencer, E.A. Ross, Auguste Comte, Émile Durkheim, Karl Mannheim, Karl Marx, Thorstein Veblen, Joseph Schumpeter, W.E.H. Lecky e Marx Weber, poderia oferecer.

O leitor atual dessa coletânea de ensaios de Mills deve ter em consideração o horizonte da produção acadêmica em sociologia de sua época, atentando para o fato de Mills ser um intelectual com respeitabilidade conquistada extramuros. Quero com isso dizer que alguns dos seus combates devem ser problematizados, tal como aquele que associa linguagem especializada ou hermética a carência de idéias. Afinal, a prosa sociológica tem variantes consideráveis e autores que têm vocabulário e estilo próprios, cuja obra é capaz de confrontar o senso comum sociológico, não podem ser desqualificados com avaliações intempestivas.

O argumento em torno do estilo como demarcador de fronteiras entre obras e autores é uma batalha que Mills toma para si, mas que faz parte da diferenciação da sociologia em relação a outras linguagens de descrição do mundo social[2]. No seu caso, combater certas linguagens sociológicas significa também questionar as interpretações dos fatos sociais que elas carregam, ou seja, são tomadas de posição teóricas e políticas.

O livro pode ser lido dentro dos limites do que está escrito, porém pode nos inspirar a irmos além. Em outras interpretações, Mills seria ele mesmo tomado como um nativo do campo intelectual da sociologia americana em seu tempo e seus textos a expressão de um modo de ver situado no “sistema de estrelado” que também se configura no mundo dos intelectuais, sejam eles mais acadêmicos ou mais afeitos à circulação pública ou midiática de suas idéias. Para compreender C.Wright Mills podemos tomar essa coletânea de ensaios como ponto de partida, mas outros elementos seriam necessários para redesenharmos as linhas do campo intelectual em que se movia. Porque a forma da escrita de Mills, a maneira direta de falar o que pensa, incita-nos a levar adiante a investigação sobre esse personagem de nossas bibliografias introdutórias à sociologia, à procura da compreensão do campo em que ele se fez e contra o qual se fez[3].

[1]  BOURDIEU, Pierre. Esboço para uma auto-análise. Lisboa: Edições 70, 2005, p. 81
[2] Ver o excelente estudo de Wolf Lepenies, As três culturas. São Paulo: Edusp, 1996.
[3] Como instrui Pierre Bourdieu na auto-análise de sua trajetória.

Paulo Granjo - “Trabalhamos sobre Um Barril de Pólvora”: Homens e Perigo na Refinaria de Sines


Paulo Granjo - O LOBOLO DO MEU AMIGO JAIME 


Robert Rowland - ANTROPOLOGIA, HISTORIA E DIFERENÇA


sexta-feira, 25 de março de 2016

Claude Levi-strauss - As estrtuturas elementares do parentesco



RESUMO: Marcell Maus - Sociologia e Antropologia


RESUMO: MARCELL MAUSS – SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA


Elaborado por: Hélder Luís

Ao priori nessa quarta parte da Obra de Marcel Mauss intitulada Sociologia e Antropologia o autor nos trás a ideia de morte sugerida pela colectividade, onde o mesmo apresenta três subtítulos: A definição da sugestão colectiva da ideia de morte, tipos de factos Australianos e tipos de factos Neozelandeses e Polinésios, todos com objectivo de explicar o processo da ideia da morte, mostrando exemplos claros de alguns povos.

No que concerne aos tipos de factos neozelandeses e polinésios, o autor demonstra descrições que são igualmente uma espécie de traço comum da etnografia dos Maori e de toda Polinésia. Tregear cita casos notáveis: por exemplo, o de um homem que viveu até uma idade avançada sem mandíbula, que lhe fora arrancada por um obus em 1843.

Quanto a ideia da morte os Maori classificam as causas das suas mortes em quatro conjuntos: 1. Morte pelos espíritos (violência de tabu, magia, etc.); 2. Morte na guerra; 3. Morte por decadência natural; 4. Morte por acidente ou suicido. E eles atribuem a primeira dessas causas a maior importância. O sistema dessas crenças é portanto o mesmo que na Austrália.

Embora o totemismo polinésio seja bastante humilde, sobretudo na Nova Zelândia, ele deixou justamente traços como meio de representar certas causas de morte. Por exemplo: Em Tonga, particularmente, Mariner conta que um homem que comeu tartaruga proibida teve o fígado aumentado e morreu por causa disso.

Mas é essencialmente a morte por pecado mortal que é frequente, sobretudo em terra Maori. Quanto a esse assunto Hertz fez uma análise desses mecanismos complicados e típicos, da qual extraiu duas indicações: a morte por magia que é muito frequentemente concebida e geralmente só é possível em consequência de um pecado prévio. Inversamente, a morte por pecado não é geralmente senão o resultado de uma magia que fez pecar.

A NOÇÃO DE PESSOA

A principal tese deixada por Mauss nesse ensaio é de que a noção de pessoa, inclusive a noção do Eu não é uma categoria natural ou puramente psicológica, individual, mas é antes de tudo uma construção sócio-histórica-cultural. Até então concebiam a ideia de ‘pessoa’ e de ‘eu’ como uma noção natural ou inerente “bem definida no fundo da sua própria consciência, perfeitamente equipada no fundo da moral que dela se deduz. Trata-se de substituir essa visão ingénua de sua história e de seu actual valor por uma visão mais precisa.” (MAUSS, 2003, p. 369). Em A noção de pessoa, a de “eu” Marcel Mauss vai brilhantemente demonstrar, mesmo que de forma resumida, a “história social das categorias do espírito humano” (MAUSS, 2003, p. 370) ele vai aprimorar o discurso sobre o ‘eu’ e sobre o senso de consciência e pessoa que havia na época, dando à essa discussão o carácter social e de construção colectiva.

Mauss vai, como ele mesmo disse, fazer uma análise histórica e social da construção da noção de ‘pessoa’ e da de ‘eu’. É importante notar que essa noção era até então uma categoria puramente psicológica, fechada e naturalizada pelos pensadores da época, o que se reflecte ainda hoje. Mauss começa então essa análise desde os Pueblos, os índios Pueblos de Zuñi, estudados na época por Frank Hamilton Cushing e por Mathilda Cox Stevenson, passando por outros povos do Noroeste Americano e por povos da Austrália.

Para Mauss, em todos esses povos, ressalvadas as devidas diferenças e peculiaridades, a noção de pessoa estava intimamente ligada ao grupo, ao clã, não existindo ainda a noção de pessoa individualizada, de ‘eu’ como entidade única. Nesses povos, a partir de uma análise etnográfica e linguística, é possível perceber como os indivíduos quase sempre eram referenciados pelo grupo (clã) ou pela natureza (totem), possuindo inclusive nomes e prenomes específicos do clã ao qual pertencia ou das narrativas que envolviam determinados indivíduos. É interessante notar que essas construções de ‘eu’ de ‘pessoa’ eram marcadas por toda uma trajectória histórico e social, construída a partir da tradição de cada povo e da forma como cada povo significava a ideia de grupo e colectividade.

Cribino Raul - Transcender o Risco Ocupacional


Título: Transcender o Risco Ocupacional, Depender para se Prevenir: um Estudo sobre a Prática de Testagem de HIV com Provedoras, na Cidade de Maputo

Autor: Raúl, Cribino Ivan Simões
Danúbio Lihahe, (Supervisor)

Palavras Chave: Risco, Risco Ocupacional e Poder

Resumo

O presente projecto de pesquisa é de carácter etnográfico e procurou compreender os mecanismos de prevenção e mitigação que as provedoras de saúde têm em relação aos riscos no processo de testagem de HIV. O projecto permitiu identificar formas de apreensão e interpretação dos riscos através das práticas e discursos das provedoras de saúde no sector de trabalho. E possibilitou, descrever o quotidiano das provedoras de saúde e identificar o tipo de relação que se estabelece entre estas e os pacientes no local de trabalho. No que se refere aos pressupostos teóricos, a pesquisa assentou na perspectiva cultural e social de risco de Luhmann (1993) e Giddens (1998), que defendem que o risco tem uma interpretação contextual, ou seja, cada sociedade tem sua forma de conceber, compreender e interpretar o risco. Este projecto de pesquisa utilizou como procedimento metodológico o método etnográfico, com uma abordagem qualitativa e teve como técnicas a observação directa e entrevistas semi– estruturadas. A pesquisa demonstra que no contexto das provedoras de saúde, existe uma cultura interdependente de prevenção e mitigação. A mesma pesquisa, permitiu constatar duas categorizações de risco. O risco involuntário que ocorre com a retirada do dedo do paciente no processo de testagem do HIV. E o rsico voluntário que ocorre em situações em que as provedoras fazem o teste de HIV aos pacientes sem usar mascaras, luvas e óculos. Quanto ao tipo de relação que se estabelece entre as provedoras de saúde e os pacientes no processo de testagem de HIV, este é de confrontação, que resulta da imposição por parte das provedoras sobre o paciente no processo de testagem de HIV e da resistência dos pacientes ao retirar o dedo no acto de testagem.

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Ulf Hannerz - Explorar a Cidade: Inqueritos em Relacao a uma Antropologia Urbana


A visao do Copperbelt


Elaborado por: Hélder Luís

Conceitos chaves: Copperbelt (é uma das 9 provinciais de Zâmbia, sua capital é a cidade de Ndola.) Rodes-Livingstone Institute, Escola de Chicago (privilegia o estudo etnográfico dos grandes centros urbanos), Estudos da Escola de Manchester na África entre os anos 1940-1950, também centrado na mudança social, mas do ponto de vista estrutural-funcionalista.

A partir do trabalho da escola de chicago cedo, nenhum outro único complexo localizado de etnografia urbana pode emparelhar os estudos que durante vários anos saíram de africa central. Este corpo de pesquisa era o produto do rhodes-livingstone instituto, transformou, com relação à realização de independência de zambia em 1964, no instituto para pesquisa social da universidade nova de Zâmbia.

Apesar da forte influência da Escola de Chicago, evidentemente reconhecesse-se que o campo da antropologia urbana é mais amplo em sua formação se o pensarmos, como mostra Hannerz (1980, p. 119-62) quanto aos estudos da Escola de Manchester na África entre os anos 1940-1950, também centrado no tema da mudança social, mas do ponto de vista estrutural-funcionalista, voltado a cidades
que vinham passando por um rápido crescimento, com membros de grupos tribais que também se tornavam operários de minas, com mudanças identitárias abordadas da óptica da “tribalização-destribalização” no contexto urbano (tendo como pano de fundo a polaridade clássica da antropologia entre sociedades tribais e não tribais ou modernas, distinta da polaridade rural-urbano que predominou na antropologia urbana ligada a Chicago), dentre seus desdobramentos na Inglaterra, pode-se mencionar os estudos de Cohen sobre etnicidade urbana (1980).

Rhodes-livingstone os antropólogos e a situação colonial, foi natural para concentrar aqui nos antropólogos do rhodes-livingstone instituto como ethnographers e teórico de urbanismo. Por via de conclusão podem ser somadas alguns palavras talvez, porém, em outra perspectiva para o trabalho deles/delas onde um componente era outro, mais severamente phrased, críticas do interesse deles/delas em tribalismo na cidade.

Mitchell em seu artigo de 1966, lista determinantes sob seis títulos: 1. densidade de povoamento, 2. a mobilidade, 3. a heterogeneidade étnica, 4. desproporção demográfica, 5. diferenciação económica, 6. administrativas e políticas limitações.

O estudo desses determinantes em si mesmos, michell proposto, pode ser a tarefa de outras disciplinas. o trabalho da antropologia social urbana foi examinar o comportamento dos indivíduos dentro da matriz criado por esses factores que, uma vez estabelecidas, poderia ser tomada como garantida.

O urbano em questão na antropologia: interfaces com a sociologia

Heitor Frúgoli Jr.

Apresenta noção de cultura urbana formulada pela Escola de Chicago, fruto de um conjunto amplo de pesquisas, que pode ser mencionada por três autores: Park (1987-1916), que concebeu a cidade como um campo de investigações da vida social, influenciando várias pesquisas da época (Becker, 1996), bem como, numa segunda etapa, os contrapontos entre os estudos de Wirth (1987-1938), que culminaram no conceito de urbanismo enquanto modo de vida – com base em variáveis como tamanho, densidade e heterogeneidade e de Redfield (1930 e 1947), assentados em pequenas localidades – que originou os “estudos de comunidade” –, cujo desenvolvimento levaria presumidamente a processos de urbanização, sintetizados no conceito de continuum folk-urbano (Hannerz, 1980). Tal noção era inspirada em autores clássicos da sociologia da passagem do século XIX para o XX, como Durkheim, Weber, Tönnies e Simmel, todos voltados, por caminhos distintos, à compreensão das especificidades das sociedades modernas.

Bronislaw Malinowski - Os Argonautas do Pacífico Ocidental PDF

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quinta-feira, 24 de março de 2016

Os Nuer. Evans-Pritchard


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Marcel Mauss - Sociologia e Antropologia PDF


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Balandier - Antropologia Politica PDF

Antropologia da Familia e Parentesco


Elaborado por: Hélder Luís

Introdução


O presente trabalho cientifico irá debruçar-se sobre o estudo do parentesco em antropologia e sua importância. O trabalho foi feito baseiado conhecimentos obtidos nas aulas anteriores e a leitura minunciosa de algumas obras por nós solicitados, e depois fez-se o cruzamento das informações. No entanto, para realização do presente trabalho, fez-se uma confrontação bibliográfica desde autores clássicos da Antropologia até aos autores dos nossos dias. Este trabalho reveste-se de grande relevância pelo que, em antropologia o parentesco é uma unidade de analise bastante essencial para compreensão das sociedades. Para melhor compreensão do assunto aqui abordado, irá se fazer de maneira hierarquizada a exposição e explanação  dos vários aspectos que compõem o parentesco.
Numa primeira fase far-se-á contextualização do parentesco como forma de situar o leitor, assim como mostrar o funcionamento do parentesco nas diferentes  sociedades, tendo em conta a influência comportamental dos indivíduos, pois, ele também contribui neste sentido. É importante antes de mais, salientar que o parentesco molda a vida dos indivíduos, organiza os  socialmente  e lhes confere  uma identidade.
O trabalho esta dividido em dois subtemas o primeiro correspondente a parte  onde será feita a conceitualização, e contextualização do surgimento do parentesco os tipos de parentesco e as suas principais concepções teóricas. O segundo subtema ira focalizar-se na importância do estudo do parentesco em antropologia e sua operacionalização nos contextos das sociedades tradicionais e industriais. 

O Parentesco                                                                


Desde há muito que a questão do parentesco vem sido discutida por vários cientistas, que segundo estes chegaram a conclusão de que os sistemas primitivos de parentesco tem sido uma forma de organização social destas sociedades, por isso careçe de um estudo de extrema importância e desempenha um valor social dentro das mesmas sociedades ( Bernardi 1974:257). O parentesco é universal no sentido de que não existe uma sociedade desprovida de um sistema de parentesco, uma vez que cada sociedade define quem é parente e o grau de parentesco que cada indivíduo desempenha.
Os estudos do parentesco desenvolveram-se segundo Revière (1995: 61) em três etapas sucessivas; a primeira etapa em 1861 com, o jurista Sir Henry Maine quando publica a obra pioneira Ancient Law que abre caminho as reflexões dos evolucionistas, uma liga política das famílias soberanas teria invocado uma genealogia comum, para elaborar os primeiros grupos de descendência, ilustrados, entre outros, pelas gentes romanas. A segunda etapa que começa a partir da controvérsia entre Rivers e Kroeber (1909) a propósito de terminologias de parentesco e a distinção operada por Rivers entre os laços de sangue (kinship) traduzido por “descendência” referido ao sistema domestico, e a pertença da linhagem (descent) traduzido por filiação. E a terceira etapa em 1949, o aparecimento simultâneo de três obras (Fortes [A Dinâmica da pertença ao Clã entre os Telensis], Murdock [Estrutura Social] Lévi-Strauss [As Formas Elementares do Parentesco]) que renovam o conjunto das perspectivas sobre as estruturas do parentesco.
No contexto das sociedades o parentesco desde o princípio constitui uma construção social de forma a regrar os indivíduos. Bernardi (1974:260) “ principio o parentesco surge no fundamento biológico radical e o significado social que emergem dos factos da vida, ou seja, as relações sexuais, em ordem à geração e que os transformam em causas eficientes da estrutura social”. Estes princípios vem para regrar a ordem dos comportamentos e das relações entre os indivíduos ao passo que partem da primeiramente das condições favorecidas pela natureza no sentido da divisão dos sexos e das suas relações. Entretanto, nas relações de parentesco as distinções feitas entre homem e mulher, para alem de indicar tarefas dão ênfase a papéis específico de cada um (divisão de trabalho), assim como estabelecer uma linha de descendência ou como meio de aliança dentro das relações mantidas entre eles. 
O parentesco vem para definir regras de relacionamento dos indivíduos dos diferentes grupos (os parentes do primeiro grau não têm relações sexuais entre si); estabelece valores culturais e sociais tendo em conta regras de controlo económico, autoridade política e domestica dos grupos.
Estes papéis implicam expectativas sociais, pois determinam o modelo do nosso comportamento, tendo em conta as proibições. A problemática do incesto constituiu um dos factores primordiais do surgimento do parentesco, pois vem impor regras de relações onde o homem passa a saber com quem manter relações sexuais ou laços de aliança. 

Tipos de parentesco


Dependendo do tipo de sociedade o parentesco pode adquirir-se por via de consanguinidade, por afinidade ou por adopção.

Parentesco por consanguinidade


Este remete a uma relação biológica dos progenitores que se manifesta na descendência genealógica. Esta liga indivíduos singulares por via natural, onde atribui representações dos laços de parentesco um poder de coação e de normatividade (Bernardi 1974:259 e Rivière 1995:63). A consanguinidade alem da sua formação natural, tem um dever de ser reconhecido socialmente, como forma de dar aos indivíduos uma integração e um estatuto aos indivíduos dentro do grupo pertencente, assim como estruturar os laços existentes entre os mesmos; por exemplo a adopção de uma criança. Entretanto, os progenitores nem sempre desempenham os papéis de pai e mãe, mas eles detêm um papel de pais sociais, visto que estes ascendem a este individuo não tem uma ligação natural, contudo a sociedade reconhece os seus papeis de pais adoptivos apesar de não existir uma ligação consanguínea.

Parentesco por afinidade


Esta é de ordem social que se baseia nas normas sociais conhecidas ou por lei. O parentesco por afinidade esta relacionado com o matrimónio, mas por laços de afinidade entre duas pessoas no processo de socialização entre os indivíduos. O processo de afinidade é durável por muito tempo até chegar a definição de parente; contudo, cada indivíduo vai determinar quem é parente de acordo com o grau de afinidade existente.


Contribuições Teóricas Sobre Parentesco

O Evolucionismo


Nasceu na segunda metade do século XX, tendo como seu principal defensor Lewis Henry Morgan (1881-1881) que é igualmente o fundador da antropologia social, teoria fortemente influenciada pela ideia da evolução para os evolucionistas na selvajaria os povos eram nómadas e não tinham nenhuma organização social e não há proibição do incesto. Afirma que o sistema de parentesco só aparece no segundo estágio de evolução a barbárie, onde o homem evoluiu o seu pensamento e torna-se sedentário (prática a agricultura) e existe uma necessidade de cooperação entre os indivíduos. Copans, et al afirma que “ Os evolucionistas denominavam o sistema um estádio, e era seu objectivo ordenar os estádios relacionando-os numa serie evolutiva”.
O evolucionismo de Morgan contribuiu na antropologia do parentesco com a introdução dos conceitos termos classificatórios que diz respeito a categorias de parentesco (primo, irmão) e termos descritivos referentes a laços de parentesco (irmão do pai, filho do irmão da mãe). Contudo, estes dois sistemas definidos por Morgan levariam a compreender os seus estudos de parentesco.
 A classificação dos parentes por categorias reflectia segundo Morgan o estado original da família consanguínea, ignorante da proibição do incesto. Entretanto, o erro de Morgan foi o facto de não ter entendido a natureza e a função terminológica classificatória, ele associou demasiadamente os termos de parentesco com as relações biológicas e não compreendeu que os termos revelavam antes de mais representações culturais. Os fenómenos de parentesco não são senão um dos aspectos da transmissão cultural, na qual uma sociedade dispõe para moldar os indivíduos ate chegar a tradição (Copans, et al). A atribuição do mesmo nome ao pai e ao irmão do pai não traduz um desconhecimento biológico, mas antes um respeito para com os dois parentes. Morgan não compreendeu que os termos de parentesco se referem antes de mais tipos de e papeis sociais desempenhados por estes indivíduos.   

O Funcionalismo


O termo funcionalismo impôs-se na Grã-Bretanha entre 1930-1950 tendo como os principais defensores, Bronislow Malinowski (1884-1942) e Alfred R. Radcliffe-Brown (1881-1955). Esta teoria privilegia o estudo empírico dos factos sociais no terreno e apreende-os como uma totalidade, procura segundo Ghasarian (1999: 30) procura as relações causais, relações funcionais, e interdependência entre os fenómenos sociais e instituições de uma sociedade. Não se pode compreender o funcionamento de uma sociedade sem antes entender as relações de parentesco. Os sistemas de parentesco são um fenómeno social total, na medida influenciam o funcionamento de todas as esperas sociais, isto é, que estes sistemas são pluridimensionais, multifuncionais e multidimensionais, pois tem uma função económica, simbólica e politica, não podem ser analisados num e único sentido. Para estes os sistemas de parentesco continham varias funções e concorriam para o funcionamento de uma sociedade.

O Estruturalismo


Segundo Martinez (2007: 108) como corrente de pensamentos estruturalismo pertence a década dos anos sessenta do século XX, que tem como seu maior defensor Claude Lévi-Strauss (1908). Esta teoria preconizava a apreensão da estrutura social como um sistema de comunicação no qual todos elementos estão em relação uns com os outros. Se retirarmos um elemento, o conjunto altera-se, o que muito frequentemente provoca ruptura da força invisível que a mantém.   
O estruturalismo teve como principal contributo enunciação da primeira lei de marcava a passagem do homem do estado biológico ao estado cultural “o tabu do incesto”, que definia para o homem os seus parceiros sexuais possíveis e proibidos, evitando assim os casamentos endogámicos. Para Lévi-Strauss o tabu do incesto tem por função alargar as relações sociais e impedir a explosão de conflitos no seio da família, promove um intercâmbio cultural entre durante o processo de casamento fora da sua linhagem.

O Parentesco na Antropologia e sua importância


O estudo do parentesco na antropologia é considerado uma aprendizagem tão necessária como o estudo da lógica na filosofia ou do nu na arte (Bernardi, 1974: 258). Para a compreensão de qualquer aspecto da vida social de uma determinada sociedade é essencial conhecer a organização de parentesco. Contudo, as relações de parentesco estruturam (regulam) todas as relações sociais e de produção: a vida social, económica, religiosa, politica e as sucessões; entretanto não se pode compreender diferentes sociedades sem antes olhar-se para as formas de organização do próprio parentesco, pois este constitui a base para se compreender os outros elementos (cultura, comportamentos, sucessões, etc.) que compõem a sociedade. Brown e Forde (1950) afirmam que “um sistema de parentesco pode ser considerado como um arranjo que permite as pessoas viverem juntas e cooperarem umas com as outras segundo a ordem social”.
O parentesco na vida social tem um papel importante pois confere ao indivíduo a identidade social perante ao grupo, de forma que este seja reconhecido pelos outros como membro pertencente ao grupo, isto é, dentro de uma sociedade pode definir a sua posição por meio de termos de parentesco com qualquer pessoa com quem se encontre a tratar socialmente, quer pertença á própria tribo quer pertença a outra. Para Rivière (1995:69) “o grupo de parentesco supõe um ou diversos critérios de pertença, assim como normas comuns, e ligações sociais activas”. Contudo, o parentesco confere os primeiros elementos do nosso estatuto como individuo, assim como confere a sua personalidade social integrando os indivíduos que fazem parte do grupo e distinguindo os que não fazem parte, dai que o parentesco integra e também exclui, visto que ao mesmo tempo confere uma posição social dentro desse grupo e esta posição é de maior destaque de acordo com o papel que a pessoa desempenha, por exemplo pai, mãe, filho.
O parentesco constitui uma forma de organização da vida humana, na qual se concentram relações de laços entre dois indivíduos partindo de uma escolha recíproca, de troca de interesses comuns que podem ser sexuais ou de trabalho e outros. Segundo Bernardi (1974:258) “ estas formas associativas que emanam das relações para a geração e a sua continuidade da espécie, constituem o parentesco”. Portanto, o parentesco na sua constituição é muito vasto e de difícil definição, pois abarca um conjunto de elementos que necessitam antes de mais uma compreensão. Para Bernardi (1974:259) “o parentesco é um vínculo que liga indivíduos entre si em vista da geração e descendência”.
Rivière (1995:63) define “ o parentesco como um conjunto de laços que unem geneticamente (filiação, descendência) ou voluntariamente (aliança, pacto de sangue) um determinado número de indivíduos”. Contudo, de dentre as várias definições existentes sobre o parentesco, o que pode constatar que o parentesco é vasto e vai alem da consanguinidade, aliança, afinidade, relações biológicas e sexuais.


O Parentesco e sua operacionalização em sociedades tradicionais e industriais

O parentesco existe em todas as sociedades e serve de um instrumento de conduta dos indivíduos pertencentes a esta mesma sociedade. Contudo, o parentesco não desempenha mesmas funções em todas as sociedades, isto é, nas sociedades tradicionais traduz˗se na passagem e integração dos indivíduos, efectivamente ele esta relacionado com a família, questão de direitos de sucessão e de herança.
Nestas sociedades o parentesco tem uma função essencial porque alem das questões de passagem de poderes para lembrar antepassados mortos, confere também ao individuo uma identidade, assim como bens, terra; por exemplo dentro de uma família onde pratica-se  a invocação de antepassados quando morre o individuo que esta encarregue de falar com os espíritos deve˗se  procurar um sucessor para continuar a invocar. 
Em sociedades industriais como diz Ghasarian o parentesco esta patente em questões relacionadas com a afinidade, ou passagem de herança. Em outros na busca social de herdeiros ou mesmo proximidade, defenindo os sentimentalmente os seus parentes, e construção da árvore. 


Conclusão


Findo o trabalho e diante dos factos pelo grupo apresentados, pode se concluir que o parentesco é dotado de grande poder regulador da vida social, pelo que rege todo o tipo de relações sociais existentes numa determinada sociedade seja tradicional ou industrial.
 O parentesco embora possa ser transmitido por consaguinidade e como Ghasarian afirma que nas sociedades tradicionais tem um carácter sagrado e exclusivo na medida em que as pessoas que partilham da mesma parentela à eles transmititida pela via consaguinea se vêm obrigadas a manter certos sentimentos uns em relação aos outros, tem uma dimensão social que ultrapassa a biológica, pelo que transmite certos estatutos sociais, permite a integração em grupos de actividades, em termos de hierarquização o parentesco tem forte influência.
Em sociedades industrias embora a sua operacionalização não seja do mesmo modo operacionalizado que em sociedades tradicionais tambem serve para unir e cria algumas esferas de influência. É um ponto de analise de extrema relevância devendo ser levado em consideração durante as pesquisas em determinadas sociedades no que toca a sua organização e disposições dessas mesmas sociedades.


Bibliografia


Bernardi, Bernardo. Introdução aos Estudos Etno-Antropologicos. Edições 70: Lisboa, 1974
Brown, Radclifee; Forde, Daryll. Sistemas Políticos Africanos de Parentesco e Casamento.  Fundacao Calouste Gulbenkian: Londres, 1950
Copans, J. et al. Antropologia Ciência das Sociedades Primitivas?. Lisboa: Edições 70: Lisboa, 1971
Ghasarian, Christian. Introdução ao Estudo do Parentesco. Terramar, 1999
Martinez, Francisco L. Antropologia Cultural: Guia para o Estudo. 5ª ed, Paulinas Editorial: Maputo, 2007
Revière, Claude. Introdução a Antropologia . Edições 70 :Lisboa , 1995.