quinta-feira, 21 de abril de 2016

Oracy Nogueira - Preconceito Racial de Marca e Preconceito Racial de Origem (Resumo)


O texto de Oracy Nogueira se propõe a reunir, de forma bem clara, algumas situações onde se percebe claramente pontos de distinção entre os conceitos de preconceito racial de marca e preconceito racial de origem. Como exemplo, Oracy Nogueira expõe diferentes aspectos de como ocorre preconceito racial aqui no Brasil e nos Estados Unidos.
De acordo com Oracy Nogueira, quando acontece um evento discriminatório por motivo racial, este ocorre por duas formas que se distinguem quanto à natureza. Para Oracy, o preconceito que prevalece no Brasil é aquele baseado no preconceito de cor, termo que se apresenta difuso na literatura relativa ao tema, porém o autor prefere nomeá-lo de preconceito de marca. Em contrapartida, nos Estados Unidos, o preconceito racial que prevalece é aquele baseado na origem. Em outras palavras, quando o preconceito se exerce em relação à aparência física dos individuas descriminados, diz se que é preconceito racial de marca e quando o preconceito acontece por dedução de que o discriminado tem uma ascendência de certo grupo étnico, diz que o preconceito é de origem. São dois tipos ideais desenvolvidos por Oracy para apontar a existência do preconceito racial presente tanto aqui no Brasil, quanto nos Estados Unidos.
Para Oracy, um dos pontos em que se pode julgar a diferença do preconceito de marca do preconceito de origem é pelo modo de atuação do individuo. Segundo Oracy, onde o preconceito é de marca, como no Brasil, dependendo do modo de atuação do individuo, ou seja, se ele apresenta habilidades específicas, ou se este indivíduo mostra-se inteligente, ou mesmo perseverante, ele pode ter o tratamento discriminatório abrandado por essas particularidades por ele apresentadas. Fato que não tem possibilidade de acontecer nos Estados Unidos. Quando o preconceito racial é de origem como lá, a discriminação se mantém, independente da condição pessoal, ou da qualificação educacional do indivíduo.
Outra diferença explicitada por Oracy faz referência a questão afetiva. No Brasil, segundo Oracy, onde o preconceito é de marca, há uma tendência, desde cedo, no espírito de uma criança branca que os traços negróides “enfeiam” o seu portador. Outro fato percebido é o de tratar as crianças negras com apelidos que retratam uma inferioridade por parte destas. Em ambas as situações, o que importa é uma sensação de superioridade dos traços brancos e uma depreciação dos traços negros, mesmo que de forma branda, ou hilária. Já nos Estados Unidos, o preconceito tende a ser mais emocional, assumindo até um caráter de ódio intergrupal. As manifestações preconceituosas tendem a segregar, intencionalmente, a população negra.
Outro ponto importante destacado por Oracy Nogueira é referente às relações interpessoais. Nos casos de preconceito racial de marca, como no Brasil, é possível que uma pessoa preconceituosa mantenha laços de amizade com uma pessoa negra sem que isso mude sua concepção preconceituosa. Já nos casos onde o preconceito é de origem, como nos Estados Unidos, uma pessoa branca que mantenha laços com uma pessoa negra, a pessoa branca estará sujeito a sansões que podem até chegar ao ponto do indivíduo ser tratado de forma discriminatória como se fosse realmente um negro.
Para Oracy Nogueira, quando o preconceito é de marca, a probabilidade de ascensão social é inversamente proporcional à intensidade das características físicas do indivíduo negro o que disfarça o preconceito de raça pelo preconceito de classe social. Fato que nos casos de preconceito racial de origem se expressa por uma cisão total entre os grupos discriminados e discriminador, de forma que parecem até duas sociedades diferentes, sem a possibilidade de uma comparação.
Enfim, nos casos de preconceito racial de marca, a ideologia é de miscigenação. Nesse tipo de preconceito há uma expectativa de que os outros tipos raciais desapareçam na medida em que haja um cruzamento desses tipos com os indivíduos brancos. Além disso, espera-se também que o embranquecimento provocado por esse cruzamento promova um abandono cultural por parte do não brancos, passando o individuo a praticar hábitos culturais como língua, religião e costumes do povo branco. Já nos casos onde o preconceito é de origem, a ideologia é segregacionista. Espera-se que as minorias se mantenham isoladas, que promovam casamentos apenas dentro do seu clã, mantendo uma separação nítida entre as formas sociais.
O ponto central do texto de Oracy Nogueira é que independentemente da forma ou da natureza do preconceito racial, ele está presente tanto aqui no Brasil como nos Estados Unidos. E em qualquer uma das modalidades, de marca ou de origem, está intimamente ligado ao modo de ser, culturalmente condicionado, que se manifesta nas relações interindividuais. Ele deixa claro a forma velada de preconceito racial existente aqui no Brasil, envolvendo muitas etapas até se chegar ao rompimento formal das relações interpessoais, enquanto que nos Estados Unidos, a situação representa um estado quase permanente de conflito interracial.

Pierre Bourdiu - "O Poder Simbólico" (Resumo)


A novidade na obra de Pierre Bourdieu encontra-se na variedade dos objetos de sua análise. O poder simbólico é um desses temas ao qual Bourdieu se dedica. Para ele, o poder simbólico é esse poder invisível que só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que estão sujeitos a esse poder ou mesmo daqueles que o exercem.
 Bourdieu se concentra nas situações em que esse poder é normalmente ignorado, fato que nos permite intuir que esse poder é plenamente reconhecido pelos agentes envolvidos.
O capítulo em questão aqui leva o título da obra, "O Poder Simbólico", e está dividido em quatro subtítulos. No primeiro deles, Bourdieu considera a arte, a religião, a língua, etc., como estruturas estruturantes, citadas algumas vezes por ele como modus operandi, uma expressão do latim que significa modo de operação. Utilizada para designar uma maneira de agir, operar ou executar uma determinada atividade seguindo sempre os mesmos procedimentos, seguindo sempre os mesmos padrões nos processos. O segundo subtítulo fala dos sistemas simbólicos como estruturas estruturadas ou opus operatum. No terceiro subtítulo, Bourdieu trata das produções simbólicas como instrumentos de dominação. Por fim, trata dos sistemas ideológicos legítimos. \muito bem, vamos por parte, pois os escritos de Bourdieu são realmente densos e merecem toda a atenção e a maior paciência.
Segundo Bourdieu, a tradição neo-kantiana trata os diferentes universos simbólicos como instrumentos de conhecimento e de construção do mundo dos objetos, ou seja, como formas simbólicas, reconhecendo assim a ação e a importância do conhecimento. Bourdieu faz algumas considerações abrangendo os pensamentos de Émile Durkheim (pai da Sociologia Moderna que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica) e de Erwin Panofsky (grande crítico da arte alemã e um dos principais representantes do método iconológico. Sua grande obra foi um estudo sobre a Arquitetura Gótica e Escolástica: uma analogia sobre a arte, a filosofia e a teologia na Idade Média).
 Para Bourdieu, Durkheim representava a tradição Kantiana exatamente por procurar respostas “positivas” e “empíricas” ao problema do conhecimento e não se contendo apenas ao apriorismo ou ao empirismo separadamente. Ao lançar fundamentos de uma sociologia das formas simbólicas, que neste caso equivaleriam a formas de classificação, Durkheim explicita o caráter transcendental que faz essas formas de classificação se tornarem formas sociais, se aproximando dessa maneira da teoria de Panofsky, onde as formas sociais são socialmente determinadas, ou seja, são relativas a um determinado grupo particular, logo são formas sociais arbitrárias.
Segundo Bourdieu, nesta tradição, a objetividade do sentido do mundo define-se pela concordância das subjetividades estruturantes, ou seja, o julgamento é igual ao consentimento, ou, em suas palavras, o senso é igual ao consenso.
Já para os sistemas simbólicos como estruturas estruturadas, Bourdieu considera que são passíveis de uma análise estrutural. Essa análise estrutural tem em vista isolar a estrutura permanente de cada produção simbólica. O Poder Simbólico é um poder de construção da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnosiológica, ou seja, o sentido do mundo supõe um conformismo lógico, uma concepção homogênea que torna possível a concordância entre as inteligências. Destarte, os símbolos são instrumentos de integração social. Enquanto instrumentos de conhecimento e comunicação eles tornam possível o consenso acerca do sentido do mundo social que contribui fundamentalmente para a reprodução da ordem social.
Já para descrever as produções simbólicas como instrumentos de dominação, Bourdieu se baseia na tradição marxista que privilegia as funções políticas dos sistemas simbólicos em detrimento da sua estrutura lógica e da sua função gnosiológica. Este funcionalismo explica as produções simbólicas relacionando-as com os interesses das classes dominantes. A cultura dominante contribui para a integração real da classe dominante, assegurando uma integração e uma comunicação entre os membros dessa classe e ao mesmo tempo os distingue de outras classes. Daí surge um importante conceito desenvolvido posteriormente por Bourdieu: a distinção. Pois a mesma cultura que une por intermédio da comunicação é a mesma cultura que separa como instrumento de distinção, que legitima a diferença das culturas exatamente pela distância da cultura em questão em relação à cultura dominante.
Bourdieu considera que as relações de comunicação são sempre relações de poder que dependem do capital material ou simbólico acumulado pelos agentes. Os sistemas simbólico, enquanto instrumentos estruturados e estruturantes de comunicação e conhecimento, cumprem sua função política de imposição e de legitimação da dominação de uma classe sobre a outra, agindo como uma forma de violência simbólica.
Dessa maneira, Bourdieu conclui sobre as produções simbólicas como instrumentos de dominação da seguinte maneira: o campo de produção simbólica é um microcosmos da luta simbólica entre as classes. Assim, a classe dominante, cujo poder está pautado no capital econômico, tem em vista impor a legitimidade da sua dominação por meio da própria produção simbólica.
Por fim, Bourdieu disserta sobre os sistemas de produção ideológica legítima, como instrumentos de dominação estruturantes exatamente por serem estruturados, reproduzindo de forma irreconhecível a estrutura do campo das classes sociais. Em outras palavras, os sistemas simbólicos produzidos por um corpo de especialistas e mais especificamente por um campo de produção autônomo é uma dimensão do progresso da divisão do trabalho social, portanto, da divisão das classes.
Concluindo: para Bourdieu, o poder simbólico é um poder quase mágico que permite obter o equivalente daquilo que é obtido pela força física ou econômica e só se exerce se for reconhecido, o que significa que ele acaba sendo ignorado, passa despercebido. Assim, o poder simbólico é uma forma irreconhecível e legitimada.
Então meus amigos e minhas amigas, tentar entender Bourdieu significa mergulhar de cabeça em seus escritos profundamente densos e perspicazes, tarefa que só é possível de ser minimamente alcançável após longas horas de interpretação, de total imersão nessa obra esplêndida que ainda não é considerada como um clássico, mas certamente um dia o será.
Espero que vocês façam uma boa leitura dessa resenha e que assim, possam depreender mais informações ao se depararem com a obra original. Aguardo ansioso pelos comentários e pelas críticas, pois a opinião polifônica é um caminho muito salutar para as Ciências Sociais.

Max Weber - A Ética Protestante e o “Espírito” do Capitalismo (Resumo)


Quando Weber publica a primeira versão desta obra em 1904, ele dá destaque gráfico à palavra Espírito, colocando-a entre aspas. Assim, ele deixa claro que sua abordagem, que tangenciava a religiosidade, pretendia na verdade buscar uma análise sociológica sobre o capitalismo. Analisando o capitalismo não como um sistema econômico, mas sim como uma conduta de vida! Uma cultura, vivenciada no dia a dia das pessoas. Partindo desta premissa, fica muito mais fácil o entendimento desta magnífica obra das Ciências Sociais!

Max Weber sempre destacou que os indivíduos dão sentido as suas ações. Ele diz que eventualmente as ações dos indivíduos são emocionais, mas frequentemente elas são ações metódicas, calculadas, premeditadas – Racionalizadas. A modernidade para Weber consiste em uma sociedade que através dos seus indivíduos, age de forma racionalizada, penetrando em todos os campos desta sociedade, promovendo uma sensação espiritual de que os fins, inevitavelmente justificam os meios. Ainda que esta frase jamais tenha sido dita por Weber, ela é absolutamente possível de ser formulada a partir das suas premissas.

Weber percebe que tanto os empresários quanto os pequenos empreendedores são participantes de uma uma religiosidade Protestante. A grande Reforma Protestante, partia do princípio que o Cristianismo tinha pouco controle sobre a vida dos fies. A Reforma tenta estabelecer esse controle de forma dura, a começar pelo peso atribuído ao pecado. Para o Cristianismo o pecado é ruim, mas o pecador é sempre bem vindo. De certa forma, esta prática dá uma elasticidade na relação do pecador com o pecado, pois no fundo ele sabe que Deus o acolherá de braços abertos, conforme a Parábola do Filho Pródigo. Uma das primeiras iniciativas dos Calvinistas foi barbarizar o pecado e também o pecador! Para a nova doutrina, não bastava ser protestante e ir à igreja aos domingos. Os fies tinham que dar sinais diários de sua retidão perante a Deus e para isto tinham que ser muito rigorosos com seus costumes.

O que segundo Weber consiste em levar uma vida essencialmente racionalizada. Cumprindo os deveres de indivíduo religioso também na sua vida cotidiana moral! A partir desta premissa, a Reforma introduz um novo paradigma, onde o trabalho ganha um peso diante das responsabilidades dos fies. Para o protestantismo o trabalho serve para realizar a vontade divina que seria a única forma de salvação. A Teoria da Predestinação Calvinista dizia que Deus já havia definido aqueles que seriam salvos e só restava aos fies levar uma vida correta, agindo como se fosse um dos escolhidos, pois um passo fora desta linha lhes renderiam a condenação!

Para Weber, este novo paradigma oriundo da retidão religiosa, faz com que os indivíduos se dediquem muito mais ao trabalho e além disso, reduzam cada vez mais o desperdício e os gastos com extravagâncias. Tudo isto em prol de uma salvação. Diferentemente do capitalismo moderno, onde a doutrina é o lucro pelo lucro e cada vez mais para o lucro, nos primórdios do capitalismo, foi a atitude racional introjetada pelos indivíduos através do protestantismo que fez com que aqueles indivíduos agissem de forma racional e controlada no seu dia a dia, criando uma nova cultura capitalista que com o passar dos séculos acabou se tornando o capitalismo financeiro moderno.

Ler a Ética Protestante e o “Espírito” do Capitalismo é uma forma incrível de aprender sobre os primórdios da Alemanha, sobre as transformação sofridas pelas religiões e sobre a formação da sociedade moderna de uma maneira relativamente simples, mas inexplicavelmente instigante e prazerosa!

Espero que vocês tenham a oportunidade de degustar este livro que é uma das mais belas e importantes obras da Literatura Mundial!

Norbert Elias - O Processo Civilizador (Resumo)


James Clifford - Sobre a Autoridade Etnográfica


segunda-feira, 18 de abril de 2016

Karl Marx - O Capital Vol.2


Karl Marx - O Capital Vol.1


Émile Durkheim - O Suicídio


Émile Durkheim – As Formas Elementares da Vida Religiosa


Mary Douglas – Pureza e Perigo (Resumo)


Marc Auge - Os Domínios do Parentesco


Gilberto Velho - O Desafio da Cidade


Gilberto Velho - Observando o Familiar


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Hélder Luís - Influência da Colectividade no Individuo "Resumo"


Elaborado por: Hélder Luís

Resumo Marcell Mauss – Influência da Colectividade no Individuo

No presente texto o autor começa por apresentar primeiro a parte introdutória dessa quarta parte da sua obra intitulada Sociologia e Antropologia, o autor apresenta a relação conflituosa entre a psicologia e a sociologia. Apresenta ideia da morte, como um elemento fundamental naquilo que concerne  

Ensaio: relação entre indivíduo e sociedade e a noção de pessoa em Marcell Mauss

A forma com Marcell Mauss (1872-1950, França) concebe a relação entre indivíduo e sociedade vai ser das mais inovadoras e desafiadoras percepções de até então. Marcada por um conflito intelectual, a psicologia e a sociologia não conseguiam estabelecer, em conjunto, uma apreensão do indivíduo integrado à sociedade. Nesse contexto, tantos psicólogos quanto sociólogos pensavam na primazia do seu campo de estudo sobre o outro. Marcell Mauss vai trazer à ciência humana uma perspectiva duplamente inovadora, e ao mesmo tempo desafiante. Ele vai demonstrar a necessidade de (I) perceber essa relação indivíduo e sociedade de uma forma integrada, sendo esse indivíduo influenciado, nos níveis mais profundos, pela colectividade; e (II) vai complexificar essas relações, percebendo a multicausalidade e a conectividade dos fenómenos, que vai se concretizar metodologicamente no conceito de fato social total.

Mauss vai ser um dos antropólogos mais influentes e tornando-se um dos pilares dentro do pensamento francês. Essa busca por aproximar ou integrar a perspectiva do indivíduo dentro de uma sociedade vai se configurar como marcante, aproximando a psicologia e a psicanálise da antropologia e sociologia. Apesar de nunca ter produzido um livro, seus ensaios e artigos configuram-se como uma verdadeira obra quanto tomadas como um todo. Essa aproximação ou tentativa de uma visão integrada indivíduo e sociedade pode ser claramente, ou especialmente percebida em as Relações reais e práticas entre a psicologia e a sociologia, Efeito físico no indivíduo da ideia de morte sugerida pela colectividade, A Expressão obrigatória dos sentimentos, As técnicas do corpo, A noção de pessoa, a de “eu” e também no Ensaio sobre a dádiva. Mauss vai perceber o indivíduo como parte integrante do todo social em que se encontra, e que o mesmo vai reflectir nas suas formas mais profundas e corriqueiras as construções sociais e estruturas que perpassam aquele determinado grupo. 

Nas palavras de Lévi-Strauss “a expressão da cultura do grupo, determinam atitudes individuais duráveis” e que para Marcel Mauss “a formulação psicológica não é senão uma tradução, no plano do psiquismo individual, de uma estrutura propriamente sociológica” (STRAUSS, 2003, p. 16, grifo nosso). Muito além de querer dar primazia à análise sociológica, apenas, ele vai tentar integrar e demonstrar que aspectos psíquicos e/ou psicológicos podem ser vistos dentro de uma teia de construções sociais e estruturas, sendo essa tessitura traduzida pelo indivíduo, em seu âmbito pessoal, psicológico. Para Strauss “é essa subordinação do psicológico ao sociológico que Mauss utilmente evidencia” (STRAUSS, 2003, p. 17) o que Martins confirma ao dizer que Mauss se situa, também, entre os autores que contribuíram decisivamente, no século XX, para valorizar a leitura sociológica da associação, ao avançar a perspectiva de um espaço de interacção baseado no risco e na liberdade dos indivíduos se relacionarem, mesmo sabendo-se que essa relações não acontecem em total liberdade, mas dentro de certos parâmetros morais definidos colectivamente.” (MARTINS, 2005, p. 50).

Referências Bibliográficas

MAUSS, Marcel. Ensaios de sociologia. São Paulo: Perspectiva, 2001.
MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: COSACNAIF, 2008.
MARTINS, Paulo Henrique. A sociologia de Marcel Mauss: dádiva, simbolismo e associação. Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 73, p. 45-66. 2005.
STRAUSS, Lévy. Raça e História. Paris: UNESCO, 1950.