domingo, 21 de janeiro de 2018

Francis Bacon e suas Idolas


Elaborado por: Hélder Luís

Trabalho apresentado na disciplina de "Introdução ao Método Etnográfico" no curso de licenciatura em Antropologia da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique) no ano de 2016. 

Os ídolas segundo Francis Bacon são noções falsas que invadem o intelecto e dificultam o acesso à verdade. Além disso, os ídolas têm o alcance de incomodar no processo de instauração das ciências, uma vez que os homens não se disponham a combater esses ídolas. Por isso, a função primordial da teoria dos ídolas é conscientizar os homens das falsas noções que barram o caminho rumo a verdade.

Ídolas da Tribo: encontram-se na própria natureza humana e pertencem a espécie humana. Para Bacon os sentidos e o intelecto humanos são comparados a um espelho que distorce e corrompe aquilo que reflecte, o universo. Por isso essas faculdades, por si só, não são suficientes para interpretar a natureza, de forma a se aproximar de sua real essência (nossos sentidos e opiniões nos enganam com miragens e devaneios).

Ídolas da Caverna: são advindos de cada indivíduo quando preso a uma espécie de caverna pessoal. Isso se deve pois, os homens procuram as ciências em seus pequenos mundos, não no mundo maior, que é idêntico para todos os homens. Portanto, os ídolos da caverna perturbam o conhecimento, uma vez que mantém o homem preso em preconceitos e singularidades.

Ídolas do Foro ou do Mercado: são ídolas, que através das palavras, penetram no intelecto. Provenientes do intercâmbio entre os homens, os ídolas do mercado, existem devido o mau uso da fala. Como essa troca entre os homens se dá por meio da linguagem, os ídolas do mercado existem devido a uma inadequada atribuição aos nomes.

Ídolas do Teatro: esses ídolas, os falsos conceitos, são as ideologias; sejam quais forem as doutrinas, elas, por pretenderem representar o mundo em um sistema, actuariam como que um drama fictício, tornando o mundo, por esses sistemas, um teatro de ilusão. Essas ideologias são produzidas por engendramentos filosóficos, teológicos, políticos e científicos, todos, reforçando, ilusórios.

O conhecimento científico, para Bacon, tem por finalidade servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza. A ciência antiga, de origem aristotélica, que se assemelha a um puro passatempo mental, é por ele criticada. A ciência deve restabelecer o império do homem sobre as coisas. 

No que se refere ao Novum Organum, Bacon preocupou-se inicialmente com a análise de falsas noções (ídolas) que se revelam responsáveis pelos erros cometidos pela ciência ou pelos homens que dizem fazer ciência. É um dos aspectos mais fascinantes e de interesse permanente na filosofia de Bacon.

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