Edmund Ronald Leach nasceu em Lancashire, Inglaterra, em 7 de novembro de 1910 e faleceu em 6 de janeiro de 1989. Graduou-se em Matemática e Ciências Mecânicas no Clare College de Cambridge em 1932, com a distinção de First Class Degree. Após um período de quatro anos na China como funcionário de uma empresa de comércio, durante o qual viajou extensamente nas férias (incluindo uma visita aos Yami na ilha de Botel Tobago, seus “primitivos reais”), retornou à Inglaterra em 1937 e estudou Antropologia Social com Bronislaw Malinowski e com Raymond Firth. À uma pesquisa abortada no Curdistão devido à crise de Munique (1939), seguiu-se uma viagem à Birmânia (hoje Myanmar), em 1939, para um período de pesquisa de campo que se prolongou até o fim da Segunda Guerra. Durante este tempo, tornou-se membro do Exército da Birmânia, viajando e conhecendo a região ocupada pelos Kachin no Nordeste do país. Doutorou-se na London School of Economics em 1947, onde passou a lecionar até 1953, quando retornou a Cambridge como Lecturer.
Promovido a Reader, em 1972 foi nomeado para uma cátedra na universidade e, em 1966, tornou-se Provost do King’s College. Ascendendo em sua carreira, recebeu inúmeros prêmios prestigiosos na Inglaterra e nos Estados Unidos. Não se furtou a contribuir nas tarefas administrativas das instituições que prezava, inclusive ocupando altas posições acadêmicas e inserindo-se na vida pública: proferiu conferências na BBC (1967), escreveu inúmeros verbetes e incontáveis resenhas de livros, foi presidente da Association of Social Anthropologists (1966-70) e do Royal Anthropological Institute (1971-5), entre outras distinções e honrarias, culminando com sua elevação ao status de Cavaleiro, em 1975. Aposentou-se em 1979.
Sua produção acadêmica é vasta e diversificada, com pontos altos nas publicações dos livros Political Systems of Highland Burma (1954), baseado em sua pesquisa entre os Kachin – hoje um dos clássicos da antropologia e leitura obrigatória nos cursos de formação na disciplina; Pul Eliya, a Village in Ceylon (1961), onde confrontou as teorias de parentesco vigentes até então na antropologia feita na Inglaterra; e uma série de artigos influentes nas décadas de 1950 a 1980, marcada pela coletânea Rethinking Anthropology (1961) e pelos debates vigorosos com contemporâneos na revista Man. Journal of the Royal Anthropological Society. Um pequeno livro de 1970 apresenta sua perspectiva sobre da obra de Claude LéviStrauss e revela a influência deste autor em seus trabalhos.
A produção de Leach inclui contribuições em temas como parentesco e organização social, economia camponesa, posse de terra, casta e classe, semiótica, mito e ritual, classificação e liminaridade, comunicação simbólica, arte, tecnologia, textos bíblicos, mitos gregos.
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