Bronislaw Kaspar Malinowski, nasceu em Cracóvia, Polônia, a 7 de abril de 1884. Seu pai, um professor de filologia eslava na Universidade Jagellonian e um linguista e folclorista de alguma reputação, era descendente da nobreza polonesa. Sua mãe era de uma família proprietária de terras cultivadas. Ele era frágil, muitas vezes doentio em sua infância, e, assim, em vários intervalos durante sua vida escolar e, mais tarde, na universidade, ele foi forçado a abrandar e ter tempo livre para o bem de sua saúde. Em um desses tempos livres começou a se interessar por Antropologia após a leitura do livro O Ramo Dourado, de James Frazer. Entretanto, apesar dos contratempos criados por sua saúde, ele conseguiu obter seu doutorado em Filosofia, Física e Matemática em 1908, graduando-se Sub Auspiciis Imperatoris, a mais alta honraria do Império Austro-Húngaro.
No ano de 1913 escreveu seu primeiro livro: A Família Entre os Aborígenes Australianos. De 1914 a 1918 realizou um importante trabalho de campo na Nova Guiné e Austrália. Ajudado por seu amigo Seligman, conseguiu fundos para a sua primeira expedição etnográfica, em 1914 quando residiu alguns meses com os Mailu, habitantes da Ilha de Tulon, no Oceano Pacífico. Fez mais duas expedições, convivendo durante dois anos com os habitantes das ilhas Trobriand, arquipélago situado a nordeste da Nova Guiné. Esse estudo dos Trobriand proporcionou a Malinowski a base de seu prestígio subsequente, e o teor pioneiro dessa investigação é destacado pela comparação com o anterior estudo Mailu. Na realidade ele inventou os métodos da moderna pesquisa de campo nas Ilhas Trobriand. Durante esse tempo Malinowski aprendeu a língua dos nativos, participou de suas cerimônias e de seu dia-a-dia. Malinowski vigorosamente enfatizou a importância de mergulhar profundamente na língua nativa. Mas talvez mais do que qualquer outro pesquisador diante dele, Malinowski adotou o valor de estudar a vida cotidiana em todos os seus aspectos mundanos. Assim, para ele, não foi suficiente simplesmente registrar o que os membros tribais diziam sobre suas crenças religiosas, práticas sexuais, costumes matrimoniais, ou as relações comerciais, mas, o que eles realmente faziam.
Mas, apesar de todas as contribuições e sua considerável influência científica e ramificações, Malinowski é principalmente reconhecido como o pai dessa escola da antropologia chamada Funcionalismo, que se baseia na ideia de que todas as partes da sociedade trabalham em conjunto, um conjunto integrado. Este pensamento pode ser prontamente contrastado com o estruturalismo de Durkheim e o estrutural-funcionalismo de Radcliffe Brown- cada um dos quais dá mais ênfase à sociedade como um todo, e as formas que as instituições servem para mantê-la. Malinowski, entretanto, coloca uma maior ênfase nas ações do indivíduo: como as necessidades do indivíduo eram servidas por instituições da sociedade, as práticas costumeiras e crenças, e como a psicologia desses indivíduos pode levá-los para gerar mudanças.
Em 1920 e em 1922, ele deu aulas na London School of Economics (Escola Econômica de Londres) durante o período letivo de verão, e em 1923 foi reconhecido como professor de Antropologia Social pela Universidade de Londres. Em 1924, assumiu o cargo de Reitor na L.S.E. Em 1927, Malinowski foi nomeado para a primeira cátedra de Antropologia da Universidade de Londres (Seligman tinha uma cátedra de Etnologia). Permaneceu na L.S.E. até 1938, quando foi aos Estados Unidos em gozo de uma licença-prêmio, para aí ser retido pela eclosão da II Guerra Mundial. Lecionou em Yale e realizou algumas pesquisas de campo, durante as férias, nos mercados camponeses do México. Morreu em New Haven, Connecticut, em Maio de 1942, aos 58 anos de idade.
As sete monografias de Malinowski sobre as Ilhas Trobriand foram publicadas entre 1922 e 1935. Constituem a maioria esmagadora de suas publicações durante os anos passados em Londres como professor, e o material trobriandês também forneceu o núcleo de suas conferências e cursos. Foi nessa época que ele formou o seu séquito de adeptos e seguidores, apresentando aos estudantes o fascinante Homem de Trobriand, impondo a crença em seu próprio papel de profeta de uma nova Ciência, e enviando-os pelo mundo inteiro para que realizassem estudos de campo de sua própria lavra.
Referências
Kuper, Adam. Antropólogos e Antropologia; tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro , F. Alves, 1978.
Oliveira, Pérsio Santos de. Introdução a Sociologia - Editora Ática.
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