domingo, 13 de agosto de 2017

Breves Considerações sobre O Anti-Édipo


Livro escrito pelo filósofo Gilles Deleuze e pelo médico psiquiatra e psicanalista Felix Guattari. Prefácio de Michell Foucault.

A obra foi escrita em um período emblemático para a França, Maio de 1968. Talvez por este motivo a obra esteja repleta de reflexões que possibilitam uma nova perspectiva para o pensamento moderno. Neste prefácio encontramos um texto revolucionário que propoe o rompimento com as correntes de pensamentos comprometidos com teorias ideológicas ou que condicionam o homem a uma determinação conceitual.

“Durante os anos de 1945-1960 (falo da Europa), havia uma certa maneira correta de pensar, um certo estilo do discurso político, uma certa ética intelectual. Era preciso estar com Marx, não deixar seus sonhos vagabundearem  muito longe de Freud”.

No prefácio da obra é possível encontrar indícios daquele que se tornaria um pensamento de combate à determinação conceitual e ao combate do fascismo militante e do fascismo que segundo o autor, está presente em todos nós.

“Libere a ação política de toda forma de paranóia unitária e totalizante”.

O texto é revolucionário e libertador, pois sugere um novo caminho à ciência. Sugere ao leitor compreender e libertar a potência revolucionária, não  necessariamente descartando as antigas formas de observar as relações humanas, mas sugerindo que se busque compreender como as coisas acontecem e não somente com seu porque.

Não exija da ação política que ela restabeleça os “direitos” do indivíduo, tal como a filosofia os definiu. O indivíduo é o produto do poder. O que é preciso é “desindividualizar” pela multiplicação, o deslocamento e os diversos agenciamentos. O grupo não deve ser o laço orgânico que une os indivíduos hierarquizados, mas um constante gerador de “desindividualização”.

O texto também possui um caráter ético ao propor que não utilizemos o pensamento para dar a prática política um ar de verdade, e sim a prática política como um intensificador do pensamento.

“Não utilize o pensamento para dar a uma prática política um valor de verdade; nem a ação política, para desacreditar um pensamento, como se ele fosse apenas pura especulação. Utilize a prática política como um intensificador do pensamento, e a análise como um multiplicador das formas e dos domínios de intervenção da ação política”.

Portanto a ideia central da obra está na liberdade do homem e trata-se de um combate ao fascismo apresentado em todas as as suas formas.

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